Tal como o cavaleiro fidalgo, também a dama fidalga tem o direito de usar brasão de armas. Mas como as senhoras não se ocupavam dos assuntos guerreiros, não fazia sentido usarem um escudo tipicamente militar. A mulher nobre passou então a ostentar as suas armas numa lisonja, sendo esta destinada exclusivamente às senhoras. A lisonja é um escudo em formato de losango, em que o eixo vertical é maior do que o horizontal.
Quando a mulher é solteira, as suas armas ficam na 2ª partição da lisonja, sendo a 1ª, de prata, reservada às armas do marido (salvo excepções, tais como rainhas, princesas herdeiras, etc.). Actualmente, e para uma melhor identificação heráldica, determinou-se que a lisonja contivesse apenas as armas da armigerada.
Quando a mulher não tem título de nobreza a lisonja é rematada por um “laço de amor” (em substituição do elmo). Mas se ela for titular, a lisonja será encimada por um coronel correspondente ao título. No caso das mulheres religiosas (ex.: abadessas, etc.), a lisonja é substituída, em regra, por um escudo oval.